quinta-feira, 21 de julho de 2011

Documentário "Filhos de João" bebe no espírito dos Novos Baianos

  • Cartaz do documentário Filhos de João - O Admirável Mundo Novo Baiano, de Henrique Dantas (2011)

    Cartaz do documentário "Filhos de João - O Admirável Mundo Novo Baiano", de Henrique Dantas (2011)

SÃO PAULO (Reuters) - O espírito libertário e a criatividade musical -- especialmente na mistura de ritmos brasileiros como frevo, baião e choro com o rock -- foram a marca registrada dos Novos Baianos, uma das mais famosas bandas dos anos 1960-1970. A memória do grupo, e também de uma época marcada por muitos enfrentamentos com a ditadura militar, ressurge no documentário "Filhos de João - O Admirável Mundo Novo Baiano", de Henrique Dantas.

Vencedor do Prêmio do Júri e do Júri Popular do Festival de Brasília de 2009, o documentário estreia em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Vitória, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, Porto Alegre e Campinas.
Depois de um flerte inicial com o rock, visível em seu primeiro disco, "É Ferro na Boneca"(1970), o grupo vive uma guinada fundamental a partir do encontro com o compositor João Gilberto, então voltando de uma temporada nos EUA. Por causa desse contato, os jovens músicos redescobriram os ritmos brasileiros que entrariam na sua fórmula, mudando definitivamente seu rumo. Por isso, o documentário se chama "Filhos de João".
Curiosamente, João Gilberto é a maior das grandes ausências do filme. Apesar de reiteradas tentativas, ao longo dos penosos 11 anos que levou para finalizar a produção, o cineasta Henrique Dantas não conseguiu ouvir o compositor, mais uma vez honrando sua fama de difícil.
Falta ao filme, igualmente, uma entrevista com a única mulher do grupo, Baby Consuelo, vista apenas em imagens de arquivo. Mas aí a razão foi bem diferente. Baby foi entrevistada por Dantas e sua participação figurava na versão editada do filme até o momento em que a cantora fez exigências financeiras incompatíveis com o pequeno orçamento do diretor.
Outros integrantes foram bem mais generosos, caso de Moraes Moreira, Pepeu Gomes, Galvão, Gato Félix, Bola Moraes, Paulinho Boca de Cantor e Charles Negrita, todos dando depoimentos longos e saborosos, permitindo reconstituir a trajetória da banda. Observações certeiras surgem, igualmente, das conversas com Tom Zé e Dadi, ex-integrante do grupo.
Entre as imagens de arquivo, algumas das mais curiosas foram filmadas em super-8, acompanhando o período em que o grupo viveu junto numa comunidade no interior carioca. Na época, lembram os integrantes, eles guardavam todo o dinheiro ganho nos shows sem contar, numa sacola, de onde quem precisava se servia.
Uma parcela razoável desse dinheiro foi gasta na aquisição de uniformes e bolas de futebol, já que vários integrantes dedicavam-se diariamente ao esporte -- com direito a partidas com a participação de profissionais como o tricampeão de 1970 Jairzinho. Moraes Moreira conta no filme que passou pela cabeça de alguns dos músicos inclusive largar tudo pelo futebol.
Desse rico painel evocado pelo documentário, visualiza-se uma época em que fica evidente a influência hippie, nesse viés libertário do comportamento da banda, o que lhe valeu não poucos problemas com as autoridades vigentes, em plena ditadura. E clareia-se, igualmente, a vibrante criatividade de vários integrantes dos Novos Baianos que, apesar de separados por problemas internos em 1974, continuam individualmente carreiras de expressão.
O Bon Iver disponibilizou na internet uma versão para a música "Come Talk To Me", de Peter Gabriel. Clique no player abaixo para ouvir:

A canção original faz parte do disco "Us", lançado em 1992 pelo ex-membro do Genesis. O cover será lançado como lado b do single "Holocene" no dia 5 de setembro.
Peter Gabriel já fez uma versão para uma música de Bon Iver. No disco "Scratch My Back", de 2010, o músico interpreta a canção "Flume", além de faixas de Arcade Fire, David Bowie e Lou Reed, entre outros.
Liderado por Justin Vernon, o Bon Iver já lançou dois álbuns de estúdio. O mais recente, homônimo, saiu no dia 21 de junho.

MUDANÇA

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Mudança... de hábitos, de vontades, de ideias e de gente, imprevistas ou calculadas, mais ou menos radicais, irrefletidas ou mais ponderadas e conscientes, a nossa vida segue ao ritmo das mudanças. A insatisfação inerente ao Ser humano, a sua ambição, o fazer face às próprias necessidades ou simplesmente confortos induziram desde os primórdios dos tempos a uma mudança tão benéfica como tantas vezes perigosa. Recordemos que a pólvora não foi inventada para fins bélicos, por exemplo.
Muitas coisas mudaram desde a última vez que aqui vim. Ganhos e perdas, foi, é, será sempre assim e cabe a nós saber conviver com o resultado das nossas acções, das nossas escolhas. Acredito que fiz o melhor, o que nem sempre sucede, apesar das intenções serem sempre as melhores. De boas intenções - soi dizer-se - está o inferno cheio. Os dias parecem agora correr de forma mais célere embora mais preenchidos, plenos de vida, duma felicidade até agora desconhecida, própria das coisas seguras, de certezas e planos que são agora mais que sonhos, realidades.
Ontem, o País - ou uma parte não muito significativa que apesar da descrença nos políticos e na crise insiste em ter fé numa eventual mudança - foi às urnas num dia mais convidativo para um passeio à praia, a fim de escolher um novo Primeiro-Ministro, e, ao contrário dos últimos actos eleitorais, a mudança foi inequivocamente a vontade da maioria. Do acerto da escolha só o futuro o dirá, na certeza absoluta de que tempos difíceis se aproximam, de um esforço que a todos, sem excepções, deveria ser exigido e que sabemos de antemão não ser bem assim. A tradição, em muitos casos, ainda é o que era, e há coisas que não mudam nunca, apesar da vontade e das boas intenções das pessoas.

Sexta-feira, Abril 01, 2011

FRASE DO DIA

"Só vive quem não foge de morrer"

Irvin Yalom, psicoterapeuta e escritor

Terça-feira, Março 29, 2011

SEMELHANÇAS ENTRE SÓCRATES E JESUS CRISTO

Sócrates discursava para algumas centenas de militantes socialistas
quando, de repente, aparece Jesus Cristo baixando lentamente do céu.

Quando chega ao lado de Sócrates, diz-lhe algo ao ouvido.
Então Sócrates, dirigindo-se à multidão, diz:
- Atenção camaradas! O camarada Jesus Cristo está aqui, e quer
dizer-vos umas palavras!

Jesus pega o microfone e diz:

- Povo português, este homem aqui ao lado, o Primeiro Ministro
Sócrates, não vos tem dado o 'pão do conhecimento' da mesma forma que
eu fiz?

Os socialistas respondem:

- Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiim!

- Não é verdade que, assim como eu multipliquei os pães e os peixes
para dar de comer a todos, este homem inventou os aumentos de 5 e de
dez cêntimos nas pensões, para que todos pudessem se alimentar?

- Siiiiiiiiiiiiiiiiiiim!, responderam os militantes.

- Não é verdade que este homem, José Sócrates, reformulou o Serviço
Nacional de Saúde, assim como eu curei os enfermos e tratei os pobres
e desfavorecidos?

O povo grita:

- Siiiiiiiiiiiiiiiiiim!

- Não foi, também ele, traído por companheiros de partido, assim como
eu fui traído por Judas?

Os socialistas gritaram ainda com mais força:

- Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimm

- Então, do que é que estão à espera para crucificar o gajo???!!

Domingo, Março 27, 2011

FUTRE (por Rui Unas)

HITLER E PAULO FUTRE

JÁ NÃO BASTAVA A AMEAÇA DO BETÃO

Ok, ele diz que vai sobreviver, mas quem lhe sobreviverá? Ou muito me engano ou estamos perante o fim da selva como a conhecemos dos filmes e dos livros de história. A partir de agora, as espécies outrora protegidas estão na iminência de um perigo maior do que aquele que o avanço da dita "civilização" lhes causou durante os últimos anos. Não lhes restará outra alternativa senão emigrarem, sabe-se lá para que canto recôndito ainda longe da acção do Homem e de outras espécies bem mais perigosas que se escondem debaixo de um disfarce humano difícil de qualificar quanto ao seu género, mas cujas intenções são facilmente perceptíveis. As feras que se cuidem!

Sexta-feira, Março 25, 2011

SOLIDÃO

A solidão não é mais que um abraço desfeito pela ausência

COMPETIÇÃO

Perdemos o tempo, escravos das horas que correm, entre os verdes e os vermelhos dessa vida que nos diz para onde ir ou não, como um anúncio de tv que nos veste, nos lava e penteia o cabelo e dita os nossos gostos e opiniões. Perdemos o nosso tempo trocando o certo pelo incerto, os pormenores pela pressa e o canto dos pássaros pelas buzinadelas dum trânsito caótico. Da mesma forma que antes trocávamos cromos trocamos agora afecto... por minutos que nunca chegam a tempo. Não sabemos onde nem quando parar. O que ganhámos? Nada, somamos desaires, família, felicidade, deixados para trás em qualquer berma dessa longa estrada, mas não deixamos de correr, mesmo sem saber para onde vamos, só para não sermos ultrapassados.

Quarta-feira, Março 23, 2011

DESEMPREGO FAZ MAIS UMA VÍTIMA

Temos pena, Zé!

ESCLARECIMENTO



Não tenho sido presença assídua por aqui recentemente e, previno desde já que esta ausência vai ainda prolongar-se nas próximas semanas. Felizmente, tal não se deve a menor inspiração, factores que me queiram levar a acabar com este espaço - garanto-vos! - ou de qualquer doença. Bem pelo contrário. Depois de uma daquelas ofertas consideradas irrecusáveis, preparo-me para, no início do próximo mês, mudar de clube. Para vos dar um "cheirinho", aqui estão duas propostas minhas para celebrar a ocasião, veementemente rejeitadas pela outra parte interessada, que até é do Benfica. Nobody's perfect! A todos os amigos do Lado B, desejo tudo de bom e até ao meu regresso.

VERDADES QUE DOEM

Domingo, Março 06, 2011

VIOLINOS E BOMBOS

Quem como eu confirmou ontem que o Festival da Canção, outrora palco de grandes vozes e de temas que ficavam no ouvido é hoje um concurso com pouca ou nenhuma qualidade, adulterado por interesses (?) comerciais ou financeiros de editoras que menosprezam aqueles que apreciam a boa música ligeira que ainda se faz entre nós, a que felizmente ainda vamos tendo acesso nas bandas sonoras das telenovelas nacionais? O pouco que ouvi, vencedores incluídos, reforçou a minha ideia de que a crise já chegou ao panorama musical, onde violinos e bombos facilmente se confundem nos critérios cada vez menos exigentes dos portugueses.

SELO DESEJO POST ALEGRES 2011!

Recebi este sugestivo e inspirador selo já há uns dias, não o tendo postado na altura devido ao significado do mesmo não estar em harmonia com o meu estado de espírito de então. Nesta última semana, que começou curiosamente com uma agressão cobarde que me levou ao Hospital nas primeiras horas do passado domingo, tudo se alterou. Chamem-lhe coincidências, acasos, destino, o que quiserem!, mas a apreensão, as horas longas e amargas deram lugar a uma azáfama promissora e a um sorriso fácil. Mas vamos ao selo e às habituais regras:
1- indicar o nome e o site de quem me ofereceu o selo.
Este lindo selo foi-me oferecido pela Sus do blogue Suspiros da Alma.

2- A segunda regra é a de passar o selo a cinco seguidores novos deste blogue e a cinco dos mais assíduos, regra que no entanto vou quebrar, deixando a cada visitante a liberdade de o tomar, já que todos merecem, pelo apoio sempre demonstrado.

Sexta-feira, Fevereiro 25, 2011

LUZES E SOMBRAS

Pouco passa das cinco numa Cacilhas iluminada ainda artificialmente aqui e além por alguns postes eléctricos mas sobretudo pelo terminal fluvial. Os primeiros autocarros da manhã descarregam algumas dezenas de passageiros que se apressam para apanhar o barco que os levará, como invariavelmente, ao Cais do Sodré e daí para muitos outros pontos da capital e para um novo dia de trabalho. Ao ultrapassarem os validadores que dão acesso ao embarque, a meritória vitória do Benfica na Alemanha e mais um desaire dos rivais lisboetas passa para segundo plano nas conversas com que costumam entreter os cerca de dez, doze minutos da travessia, surpreendidos com a mais nova aquisição da frota da Transtejo, o ferry Lisbonense, que hoje inicia as viagens regulares na ligação que liga as duas margens do Tejo. Sente-se, quase que se cheira, o habitual burburinho, o frenesim face ao que é novidade. Com 47,5 metros de comprimento, este novo barco impressiona pela sua envergadura e pelo seu design pouco convencional ou estético, compensado por um amplo espaço onde cabem 30 viaturas - quase que dava para fazer um jogo de futsal -, além do seu sistema de visão nocturna, equipamentos para passageiros com mobilidade reduzida e pelo baixo consumo de combustível, com um teor de emissão de CO2 muito inferior aos limites legais. Mas não é o barco que me puxa pelas letras, numa atracção quase intuitiva pelos jogos de palavras. O importante, em qualquer lugar, para qualquer empresa, são as pessoas. São elas a razão de ser de uma empresa, mesmo de um país, a força motora do progresso, um capital de riqueza inestimável e tantas vezes tão maltratado.

No interior da embarcação vão-se juntando pouco mais de uma centena de pessoas, caras conhecidas entre si, diferentes dialetos de uma África longínqua mas sempre tão próxima, gente de trabalho, na sua maioria funcionários de limpeza, seguranças, gente ligada ao pequeno comércio tradicional, pessoas humildes para quem a crise é há muito uma palavra familiar num vocabulário nem sempre rico ou vasto, mas onde o carácter e os valores continuam a ser importantes, senão mesmo fundamentais.
Ainda é cedo para os ciganos do leste europeu, para os que tentam passar sem pagar, para os desempregados em busca de um emprego que não implique muito trabalho e já demasiado tarde para os que trocaram uma vez mais o dia pela noite e que só agora fazem o trajecto oposto em direcção a casa, depois de mais uma jornada de emoções fúteis aquecidas pelo álcool.
São eles a quem foi incumbido abrir as portas àqueles a quem assiste uma maior visibilidade na engrenagem que movimenta as grandes metrópoles, os colegas do fato e da gravata, os que falam inglês e até francês, às mulheres bonitas e sorridentes por trás dos balcões. São eles que limpam a porcaria dos outros, que ultimam os pormenores, cada mínimo detalhe, a face tantas vezes oculta e raramente valorizada que simplifica o dia a dia de cada um de nós.
5h20. Da mesma forma como atracara largos minutos antes, o amplo parque para viaturas segue com o mesmo aspecto "despido", indiferente à excitação da estreia. Ainda falta algum tempo para a chegada dos que vão de carro para o emprego.

Domingo, Fevereiro 20, 2011

FUTURO SLOGAN DO FMI

UM DIA...

"...Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...
Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer ...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom...
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você...
Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..."
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais...
Enfim...
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos
todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas
as nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação."

Mário Quintana

Quinta-feira, Fevereiro 17, 2011

MUITO BARULHO POR NADA

Muito Barulho Por Nada é o nome de uma comédia de Shakespeare, mais tarde com uma versão cinematográfica e cujo título em muito se assemelha ao estado das coisas em Portugal e às tendências comportamentais dos portugueses em geral, como de alguns políticos em particular. Passos Coelho, líder do maior partido político da oposição, voltou a não surpreender quem esteve atento a outras grandes decisões políticas que dependeram recentemente da sua capacidade de decisão e que poderiam ter afectado - positiva ou negativamente - o País e nas quais, como agora, chamou a si o protagonismo pelo arrastar da dúvida, pela agonia de uma resposta que se pretendia célere até à... abstenção, tão própria daqueles que tanto prometem e geralmente nada fazem, de quem não tem opinião formada, preferindo deixar tudo na mesma. Uma, duas, três vezes, outras tantas abstenções. Os últimos processos eleitorais já tinham passado a imagem de um país marcado não apenas pelo desânimo como também de alguma inércia, de alguma letargia, a facilidade com que nos deixamos cair no fado da inevitabilidade e do comodismo daqueles que acham que pouco ou nada podemos fazer e que é melhor aceitar os factos. Claro que já se sabia do óbvio, que PPC não iria aceitar uma moção que não tivesse sido sugerida por algum partido que não o seu, mas parece-me que lá para os lados do Partido Social Democrático continuam a faltar ideias, alternativas, prevalecendo a crítica fácil que não a construtiva. Feliz do Governo que em cenários de crise tem ainda a haver-se com oposições deste calibre!.... Afinal, para quê tanto barulho, apenas por um pouco de protagonismo mediático à imagem dos Big Brothers e das Casas dos Segredos? Parece-me triste, vulgar, mas é esse o estado da política, de Portugal e dos portugueses.

Domingo, Fevereiro 06, 2011

PORQUE HOJE É DOMINGO!...

EFEITO BOOMERANG

A SIC deu a notícia: Havia romenos em Almada vivendo em condições sub-humanas. Tinham vindo à procura de trabalho, eram pessoas honestas e tinham um sonho que queriam realizar: voltar para a sua terra natal. Ficam bem os sonhos em qualquer conto de fadas que se preze. A "4Ever Kids", associação humanitária, sabia da dimensão da história, desde que bem contada, não importando que se distorcesse aqui e além a verdade sobre a realidade dos factos. E se assim pensaram melhor fizeram. Quem não lidava diariamente com este grupo de pessoas - a que tento evitar chamar de romenos para não generalizar toda uma nação - acreditou na reportagem e chegou até a emocionar-se. Conseguidos os financiamentos necessários de quem se enterneceu ou simplesmente procurou algum tipo de impacto mediático, cerca de 40 pessoas tiveram direito a banho, comida e bilhetes só de ida para a terra dos sonhos, o que parecia ser o final perfeito para uma verdadeira história de grande valor humanitário. Os portugueses sempre tiveram o condão de, mesmo em tempos de crise como os agora vividos, conseguirem dar uma parte do pouco que ainda lhes resta para ajudarem quem mais necessita, seja no Continente, Madeira, Açores ou por esse mundo fora onde haja gente a passar fome e necessidade. Só que estes romenos fazem lembrar aqueles boomerangues a que achávamos tanta graça na nossa infância, que por mais longe que os arremessássemos voltavam sempre ao ponto de partida, uma e outra vez, tantas quantas fossem as nossas tentativas. Ah, pois é! Cerca de um mês volvido desde a sua partida, após terem passado junto das suas famílias o Natal e Ano Novo - a expensas do Zé Povinho -, estes "simpáticos" "trabalhadores" que por alguma razão foram expulsos de França, Espanha, etc, estão de regresso - algumas caras novas entre uma maioria já conhecida -, tão civilizados, honestos e higiénicos como sempre, cada vez mais refinados na arte do engano, de uma descarada falta de respeito pelas regras e instituições, por um povo maioritariamente bom, mas por vezes tão ingénuo.

Escultura | João Ferreira | Clube Literário do Porto | Inauguração 18.00 | dia 2 Julho

(Fotografia José Pessoa)

Teimosias XXII
A exposição “Teimosias XXII” reúne alguns trabalhos executados ao longo da última década, onde é evidente a dominância dos materiais autóctones transmontanos nas madeiras escolhidas, com predomínio da Nogueira, Castanho e Olmo. Este aspecto caracteriza a obra plástica de João Ferreira e é intensificado ao longo de todo o processo criativo, que se inicia na escolha da árvore, no posterior corte e secagem da peça de madeira, finalmente no talhe directo do objecto, retomando assim uma concepção quase mítica da prática escultórica.
Nesta atitude persiste o eco das linguagens criativas com que o autor se foi cruzando, desde o forte carácter transmontano, à experiência nas Ilhas Bijagós com mestres de escultura ritual animista.
A madeira, sempre em peça única, domina e intervém como elemento estruturante do objecto escultórico final. É a madeira que amacia, que conforta os metais corrompidos, assumindo a voluptuosidade do corpo vivo, a palpitação biomórfica que as obras nos evocam.
Os metais usados são materiais desprezados, frutos da sociedade de consumo rápido e sôfrego. São partes outrora integradas em máquinas agrícolas que por serem obsoletas desarticulam-se em abandono, reflectindo o afastamento observável em todo Trás-os-Montes, que o autor “teima” em questionar.
c l u b e l i t e r á r i o d o p o r t o
Rua Nova da Alfândega, 22
4050-430 PORTO
aberto de segunda a domingo,
9h30 à 1h

Terça-feira, 14 de Junho de 2011

João Ferreira | escultura | Melhores dias virão… ou não Galeria HISTÓRIA E ARTE


“Melhores dias virão… ou não” é o título da série de esculturas de João Ferreira agora mostradas na galeria História e Arte e que resultam do trabalho dos últimos meses.
Na continuidade do processo exploratório da dualidade entre materiais orgânicos e inorgânicos, madeiras e materiais metálicos, a colecção de objectos escultóricos do João Ferreira agora exibida, revela nos temas uma inquietação angustiada pela actual realidade social.
Imersas em intensas interpretações iconográficas as obras do autor evocam a força simbólica do objecto como se a obra autentificasse a alegoria simbolizada, como se de arte sacra se tratasse.
Assumindo essa coerência a presente exposição confronta-nos com temíveis alimárias e vorazes pragas todas conjugados para intemporalmente nos atormentarem. Parece que assistimos à ilustração volumétrica dos receios latentes na presente conjuntura. Os medos evocados não são novos, e podemos reconhecer mitologias clássicas, bestiários medievais e até canções revolucionárias de contestação, que diacronicamente nos testemunham o que apesar das distâncias temporais e espaciais, se mantém imutável e portanto pertinente para ser questionado hoje como no passado.

Inauguração sexta-feira 17 de Junho, às 17.30 na Galeria HISTÓRIA E ARTE
Convidamos-vos a brindar connosco desta vez forçosamente com sangria! :)
Agradecemos a vossa visita!

Sexta-feira, 10 de Junho de 2011

VISITAS GUIADAS AO PATRIMÓNIO HISTÓRICO DE BRAGANÇA


Interior da Igreja de São Vicente.
Conta a lenda que foi neste templo que casou em segredo D. Pedro I com a sua amada D. Inês de Castro, o ritual não ilumina a morte trágica de D. Inês, mas legitimou o mito na memória da população local. Os documentos de meados do século XIII já referem a freguesia de São Vicente, provavelmente a sua edificação é da 1ª metade do mesmo século. A maioria da decoração interior é de finais do XVII, princípios do século XVIII. A capela-mor está revestida a talha dourada de esquema barroco nacional tem uma abobada policromada decorada com intrincadas composições vegetalistas estranhas figuras híbridas e aves”…depois continuo a orientar os olhos dos visitantes para os detalhes escondidos e a perpetuar as histórias que eles encerram…
De todos os espaços que exploro nas minhas visitas guiadas as igrejas são os meus favoritos, por vários motivos: porque é fácil que a voz se espalhe por todo o edifício sem qualquer esforço; porque os visitantes estão confortavelmente sentados apenas tendo que direccionar o olhar para o detalhe apontado mas sobretudo porque são inesgotáveis confidentes da memória colectiva da minha terra e ainda têm tantas histórias por desvendar…

Virgem do Leite com o Menino (portal da Igreja da Sé) Bragança



Segunda-feira, 29 de Novembro de 2010

Pilar Juan Fradejas | Galeria HISTÓRIA E ARTE


Última semana - exposição de pintura “Mis Caprichos” de Pilar Juan Fradejas.

na LOCALVISÃO

Quinta-feira, 11 de Novembro de 2010

TRANSMONTANICES - Causas de Comer, de Virgílio Nogueiro Gomes.


É com muito orgulho que colocamos com especial destaque na secção bibliográfica a recente obra “TRANSMONTANICES - Causas de Comer” de Virgílio Nogueiro Gomes.

Composta por um conjunto de crónicas acompanhadas com desenhos de Graça Morais a presente obra é-nos servida envolta em memórias que evocam aromas, texturas e paladares que Trás-os-Montes guarda para quem com devoção se inicia nos seus encantos.

Depois da apresentação pública no Palácio Nacional da Ajuda agora também no espaço História e Arte podemos desfrutar desta deliciosa obra! :)

Quarta-feira, 27 de Outubro de 2010

“Mis Caprichos” de Pilar Juan Fradejas | Galeria HISTÓRIA E ARTE


Insistindo nas boas relações transfronteiriças colaboramos com o Ayuntamiento de Zamora e com a Plaza de los Pintores para trazer à capital da Terra Fria Trasmontana os trabalhos desta autora zamorana.

Pilar Juan Fradejas (1939), Zamora, Espanha. Expõe regularmente desde 1967 os seus trabalhos em Zamora, Madrid, Sevilla e Las Palmas. Estudou na Escuela de Bellas Artes de Santa Isabel de Hungría, em Sevilla e na Escuela de San Fernando em Madrid. Faz parte da Plaza de Los Pintores de Zamora desde 2006.
As obras recentes que P. Juan Fradejas nos vem mostrar, em acrílico sobre tela e contraplacado, estão preenchidas por enigmáticas figuras femininas de delicados e seráficos rostos mas com mãos e pés desmesurados. A paisagem natural e construída condensa-se nos micro-quadros que P. Juan Fradejas explora como se de registos de viagem se tratasse

Esperamos por vós!!

Domingo, 17 de Outubro de 2010

Visitas Guiadas em Espaços Museológicos | Workshop

Direccionado para os profissionais de museus o Workshop Visitas Guiadas em Espaços Museológicos irá explorar a comunicação como veículo previligiado para a aproximação entre património histórico e artístico e públicos.



O Workshop é orientado por Emília Nogueiro e terá a duração total de 25 horas, com início no dia 18/10/2010 pelas 14:30h, com continuidade às segundas-feiras no mesmo horário.Os interessados deverão entrar em contacto com a Dr.ª Ana Maria Afonso (Directora do Museu Abade de Baçal) ou com a Dr.ª Luisa Torres (NERBA).

Quinta-feira, 30 de Setembro de 2010

Curso de Ilustração Científica | Ana Guimarães | Galeria História e Arte

Persistindo na contemplação atenta, de olhar lento e detalhado sobre os encantos do património natural e construído que Bragança nos oferece, sugerimos a Ilustração Científica como práctica de recolha :)
O curso é orientado por Ana Guimarães que desta vez vem desvendar os mistérios da côr!
Imperdível!!!

Introdução teórica (convenções em ilustração científica, noções básicas sobre luz e sombra, textura e volume, a importância do desenho preliminar).

Exercícios práticos de habituação às técnicas de lápis de cor e acrílicos.

Realização de uma ilustração simples e uma ilustração final em cada uma das técnicas.
Início: 27 de Outubro 18. 00 h
Total: 36 HORAS (horário pós-laboral)
Inscrição com materiais incluídos 175 €

Domingo, 26 de Setembro de 2010

João Ferreira | Teimosias XI | Escultura | Museu Abade de Baçal

A exposição “Teimosias XI” reúne trabalhos executados ao longo de onze anos, (1999 até 2010), e uma instalação pensada especificamente para o espaço do Museu Abade de Baçal.
É evidente a dominância dos materiais autóctones nas madeiras escolhidas, com predomínio da Nogueira, Castanho e Olmo. Este aspecto caracteriza a obra plástica de João Ferreira e é intensificado ao longo de todo o processo criativo, que se inicia na escolha da árvore, no posterior corte e secagem da peça de madeira, finalmente no talhe directo do objecto, retomando assim uma concepção quase mítica da prática artística. Nesta atitude persiste o eco das linguagens criativas com que o autor se foi cruzando, desde o forte carácter transmontano, à experiência nas Ilhas Bijagós com mestres de escultura ritual animista. No entanto, persiste também a construção de uma linguagem própria com obras que nos confrontam com figurações animais, femininas e criaturas estranhas, perturbadoras composições que registam a “teimosia” do autor nos materiais fortes e na linguagem intensamente plástica. A madeira, sempre em peça única, domina e intervém como elemento estruturante do objecto escultórico final. É a madeira que amacia, que conforta os metais corrompidos, assumindo a voluptuosidade do corpo vivo, a palpitação biomórfica que as obras nos evocam. Os metais usados são materiais desprezados, velhos, frutos da sociedade de consumo rápido e sôfrego. São partes outrora integradas em máquinas agrícolas que por serem obsoletas desarticulam-se em abandono, reflectindo o afastamento observável em todo Trás-os-Montes, que o autor “teima” em questionar.

(Fotografia - cortesia de Manuel Teles)
Integralmente em metais está construída a instalação de térmitas - “Redutoras de Memórias” feita especificamente para o espaço do Museu Abade de Baçal, representa uma praga, um conjunto de térmitas que emergem de uma tela exposta na parede e se dirigem implacavelmente para o interior do espaço de exposição permanente do museu. A ironia das térmitas reside no facto de que estas constituem uma das mais temíveis pragas para os museus atentando contra a estabilidade física das peças que estes têm à sua guarda. Como espaços de memória os museus têm também a função de preservar os objectos, assumindo essa realidade o autor confronta-nos com a memória intangível que estes transportam, muito mais frágil e perecível que as madeiras, e irremediavelmente transformada no momento em que o objecto entra no museu.

Para ver até ao final de Setembro! Imperdível!

na LOCALVISÃO

Segunda-feira, 20 de Setembro de 2010

Jornadas Europeias do Património | Património um Mapa da História

Património um Mapa da História é o tema das Jornadas Europeias do Património que celebramos em parceria com o Museu Abade de Baçal. Sugerimos para celebração deste tema um passeio no museu e nas ruas circundantes. Seguiremos o Mapa que a misteriosa simbologia barroca desenhou na História do Património de Bragança; percorrendo os espaços, decifrando os códigos, interpretando as linguagens estéticas que ordenam a paisagem urbana e mistificam a faustuosidade dos interiores. O percurso é orientado, dia 24 de Setembro 2010, inicia às 15.00 h no cruzeiro da Praça da Sé e termina no Museu Abade de Baçal às 17.00 h, é gratuito e aberto a todos os públicos interessados! Apareçam!!

na LOCALVISÃO

Quinta-feira, 16 de Setembro de 2010

Apontamentos de Vida Selvagem | Fotografia | Manuel Teles | Galeria HISTÓRIA E ARTE

A Galeria HISTÓRIA E ARTE inaugura a nova temporada no dia 24 de Setembro às 17.00 com a exposição Apontamentos de Vida Selvagem de Manuel Teles.
A exposição reúne trabalhos fotográficos que o autor tem desenvolvido desde 2002 até à data. São fotografias a cor, valiosos registos da biodiversidade local mas sobretudo são imagens que nos permitem intimar com os brilhos, as texturas, e as cores que o interior transmontano reflecte e que o olhar perscrutador de Manuel Teles meticulosamente recolhe. O tema recorrente é a natureza que o fotógrafo regista de uma forma quase militante, assumindo a sua paixão e confrontando-nos com o compromisso de respeito pelas múltiplas formas de vida que nos rodeiam. Fotógrafo de ar livre detém-se no pormenor, no ínfimo micro-mundo dos musgos dos cogumelos e líquenes, em simultâneo abre-nos o olhar com rasgados voos por amplas paisagens, intermináveis sucessões de espaços a percorrer.
Nos diferentes Apontamentos de Vida Selvagem que o autor nos apresenta persiste a ideia de equilíbrio mas, de um equilíbrio que sistematicamente se nos afigura precário, frágil e delicado, onde o observador participa como uma espécie viva mais, apenas domesticada e não selvagem. Imperdível!

na LOCALVISÃO

Terça-feira, 31 de Agosto de 2010

HISTORIA E ARTE

Antes da rentrée é tempo ainda para um balanço; há 3 anos (e um mês) que o projecto História e Arte abriu portas na Rua Conselheiro Abílio Beça, 35 - Bragança. Apesar de todas as dificuldades é com entusiasmo (excitação da alma, arrebatamento, paixão viva, alegria ruidosa :) que partilho estes dados quantitativos:
  • Visitas Orientadas ao Património Histórico e Artístico local – já assistiram 2 675 pessoas!
  • Exposições Eventos Culturais – decorreram 16!
  • Cursos workshops – já foram organizados 8!

Quinta-feira, 26 de Agosto de 2010

TEIMOSIAS XI | Escultura | João Ferreira

A exposição de escultura "Teimosias XI" do João Ferreira no Museu Abade de Baçal tem tido muitos visitantes e excelente aceitação!:) Partilho convosco um link de uma pequena reportagem da TV local, e a fabulosa panorâmica do Rui Gomes a.k.a Manuel Teles, a quem mais uma vez agradeço!!

Terça-feira, 3 de Agosto de 2010

Quinta-feira à noite no Museu...

Unhal (pormenor)

Madeira de Nogueira, Olmo e metais

140 x 42 x 53 cm

2010

João Ferreira

Quinta-feira à noite no Museu Abade de Baçal:
21.30 - Inauguração da exposição “Teimosias XI” Escultura João Ferreira
A exposição “Teimosias XI” reúne trabalhos executados ao longo de onze anos, (1998 até 2010), e uma instalação pensada especificamente para o espaço do Museu Abade de Baçal.
22.00 - No jardim "Divagações sobre..."
Conversa informal com José Pessoa sobre Jazz: memórias de um encontro com o pianista Thelonius Monk, passagem de imagens e audição de uma gravação histórica
Imperdível!

Sexta-feira, 30 de Julho de 2010

Sábado, 17 de Julho de 2010

António Quadros - António Augusto Melo Lucena Quadros, (1933\1994) | Galeria HISTÓRIA E ARTE

S\Título
Serigrafia
21 cm x 16 cm
1960
Pintura, gravura, desenho, cerâmica, espólio documental… são estas as categorias em que se enquadram as obras de António Quadros na memorabilia de Manuel Ferreira. É inquestionável que reflectem a compulsiva vontade de experimentação do autor, a sua criatividade e a multiplicidade de técnicas e linguagens que explorou. Na escassa historiografia de arte que refere António Quadros é destacada a influência que o autor tem de Picasso, Chagall, pintores mexicanos e surrealistas latino-americanos, e do imaginário fantástico rural… sim, é possível identificar códigos, porém não é apenas o domínio da linguagem internacional que surpreende (em plena década de 50!) mas a desafectação da sua ruptura, a mestria com que se move no imaginário popular em simultâneo ao exercício erudito da sua individualidade. O que faz parecer anacrónico e perfeitamente despropositado falar em linguagem popular e erudita nos trabalhos de António Quadros, na medida em que a orgânica da sua plasticidade extravasa esse paradigma, se não mesmo o confronta. É evidente, nesta exposição, que se estende de finais de 50 até finais de 80, a profunda ruptura que supõe a obra de António Quadros, face a um cenário dominado quer pelo tradicionalismo utópico, quer pela ânsia de um urbanismo importado. A pluralidade da sua linguagem evoca-nos a amplitude das suas inquietações. Por isso, podemos observar na decoração da peça cerâmica os mesmos desenhos geométricos incisos, dos vasos campaniformes pré-historicos, a lembrar rituais milenares. O bestiário, é povoado por “sardões” lagartos e seres bizarros que se apresentam humoristicamente malvados, criaturas mefistofélicas que se assumem mais risíveis que assustadoras. As figuras femininas constituem, na presente mostra, o elemento pacificador, criadas com linhas e contornos suaves, reflectem gestos e atitudes ternas e afectuosas. No entanto, em todas as obras subsiste uma certa ambiguidade, na difusão da mancha, na definição do contorno, ou no humor subjacente que nos faz reflectir sobre a nossa leitura, convidando-nos, confrontando-nos a não escolher os paradigmas estabelecidos! Obrigado Mestre!

Domingo, 27 de Junho de 2010

Teimosias | escultura | João Ferreira | Galeria HISTÓRIA E ARTE


S \ titulo (pormenor)
Madeira de castanho e metais
100 x 63 x 48 cm
2010

joão pedro grabato dias - Heterónimo de António Quadros.
Facto/Fado. Piqueno Tratado de Morfologia. Parte VII (1985)
“Teimosias” reúne trabalhos do ano 2010, esculturas que nos confrontam com figurações ambíguas, perturbadoras composições que registam a persistência do autor nos materiais fortes e na linguagem intensamente plástica. A madeira, preferencialmente a nogueira e sempre em peça única, domina e intervém como elemento estruturante do objecto escultórico final. Escolhida desde o corte, seca, tratada, talhada e esculpida é a madeira que amacia, que conforta os metais corrompidos, assumindo a voluptuosidade do corpo vivo, a palpitação biomórfica que as obras nos evocam. São figuras femininas e seres híbridos, que se constrangem ou se libertam de metais oxidados, angulosos e frios. Relacionados com a obra exposta de António Quadros por laços pessoais, os objectos escultóricos do João Ferreira assumem deliberadamente a forte influência que o léxico e a sensibilidade plástica de Quadros lhe imprimiram, fruindo dela desde a infância, adoptam nestes trabalhos especial importância as palavras escritas de joão pedro grabato dias, Facto/Fado. Piqueno Tratado de Morfologia. Parte VII.

Domingo, 20 de Junho de 2010

ANTÓNIO QUADROS NA MEMORABILIA DE MANUEL FERREIRA | Galeria HISTÓRIA E ARTE


Titulo vulgarizado – Auto-Retrato (Pormenor)
Pintura; óleo sobre tela
82 x 66 cm (com moldura)
1957 \ 1958

Composição com pormenores da moldura da tela – Auto-Retrato
António Augusto Melo Lucena Quadros (1933 - 1994), na Escola de Belas Artes do Porto, onde se diplomou em Pintura em 1961, foi colega de Manuel Ferreira que tendo estudado Arquitectura (FAUP) seguiu também disciplinas de Pintura (FBAUP), pois ambas as faculdades partilhavam então o mesmo edifício. Durante a década de 60 continuaram frequentes os encontros entre os dois, retomados na década de 80 quando António Quadros regressa de Moçambique. A colecção de obras que vos convido a desfrutar provem dessa relação de amizade e dela está impregnada, com dedicatórias, recados e mensagens pessoais integradas nos próprios objectos artísticos. Dai a escolha da palavra memorabilia para o título da exposição, pois é de memórias (materializadas em tela, contraplacado, papel e cerâmica) que trata, e não de objectos coleccionados. Esta aproximação pessoal que a exposição permite é de sobremaneira enriquecedora para o entendimento da figura maior que António Quadros constitui na arte contemporânea portuguesa. É um enorme privilégio cuidar, inventariar, expor e divulgar as múltiplas técnicas, suportes, e materiais com que o autor expressa a sua intensa e perturbadora linguagem criativa. Eternamente grata ao Arquitecto Manuel Ferreira por me permitir o contacto intimo com a presente exposição que vos anuncio!!! Inauguração dia 30 06 2010 – quarta feira às 15.30.

Sexta-feira, 30 de Abril de 2010

CASTELO DE BRAGANÇA

Desenho de Duarte D’Armas, c. 1509, pode observa-se ainda o edifício da alcáçova construida entre a torre de menagem e a torre da princesa.

Fotografia aérea do Castelo, (década de 60, século XX) e zona envolvente, sobre a muralha, contigua à torre da princesa, é possível ver o edifício do quartel e o campo da parada militar (fundo documental SIPA)
A porta da Alameda, visível nesta fotografia, era na época a entrada para o museu do público não militar, foi fechada durante as obras da DGEMN na década de 60 de século XX, nas mesmas obras foram restituídas as ameias à torre que a alojava. (fotografias do fundo documental SIPA) A torre de menagem do castelo, mandada construir por D. João I, pelos anos de 1409, (Alves, 2000), guarda no seu interior desde 1929 o Museu Militar de Bragança. Após a erradicação da última unidade militar de Bragança, em 1958, o Museu Militar foi temporariamente encerrado e trasladado o acervo para o Museu Militar de Lisboa. Já na década de 80 do século XX o museu volta a ser instalado no local de origem, a torre de menagem do castelo, e impõe-se como espaço \ memória das vivências militares da cidade. Em 1800, o Tenente General Manuel Jorge de Sepúlveda, na sua qualidade de Governador de Armas da província de Trás-os-Montes, mandou construir um quartel no castelo de Bragança, destinado a uma unidade de Infantaria. Para o efeito mandou demolir vários edifícios, aproveitou parte das muralhas para construir as casernas, e, para melhor ordenar a parada, foi desmantelada parte da casa do alcaide (Rodrigues, 1997). O quartel ocupou o castelo até 1958.

Quinta-feira, 8 de Abril de 2010

galeria HISTÓRIA E ARTE


Historia&Arte (art gallery) March/10 in Portugal
H A 3 Sala B Mar10 08 Logo Direito in Portugal Os meus autores residentes nas técnicas de: Aguarela - Arq. Manuel Ferreira; Escultura - João Ferreira; Fotografia - Carmelo Calvo; Ilustração - Ana Guimarães. Manuel Teles - fotografia 360º

Quarta-feira, 24 de Março de 2010

Santa Maria Madalena

Imagem de Santa Maria Madalena atribuída a Pedro de Mena da escola de Valhadolid (segundo Prof. Dr. Alexandre Rodrigues), século XVII, retábulo do altar-mor da igreja de Santa Maria, Bragança.

Terça-feira, 2 de Março de 2010

Ana Miranda apresenta Vídeo - Performance “O Livro de Horas”

06 de Março sábado 22h00
O espaço História e Arte tem o prazer de apresentar uma vídeo-performance da autoria de Ana Miranda. Ana Miranda nasceu em Bragança, em 1974. Licenciou-se em Ciências Históricas (2001) e realizou o mestrado em Cinema (2009). Leccionou no Ensino Básico e trabalhou no domínio da Museologia. Desde 2002 tem vindo a desenvolver projectos culturais, educativos e de investigação que se situam no cruzamento das ciências sociais e humanas (Antropologia, Etnologia, História) com a arte, enquanto experiência, conhecimento e acção transformativa. Escreveu o argumento, produziu e realizou os filmes Pelo Buraco da Chave (2006); Vandoma, Museu Imaginário; Douro, Faina Fluvial? (2007); O Livro de Horas; Corpo Habitado; A Dança (2008).

Terça-feira, 23 de Fevereiro de 2010

“O Livro de Horas” | Ana Miranda

VÍDEO-PERFORMANCE
Galeria História e Arte
06 Março 22h00
Desenhando no espaço da galeria um percurso que culmina com o retorno ao ponto de partida, Ana coloca-nos perante a interacção de registos videográficos, pictóricos, fotográficos e performativos de pendor autobiográfico e que colocam no centro do discurso a representação do corpo feminino. Na dialéctica destes documentos, longínquos no tempo, dá relevância à forma cíclica (em aberto) e à necessidade de revisitação e reapresentação das imagens da memória em diferentes condições de perceptibilidade.
Ana Miranda

Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 2010

GALERIA HISTÓRIA E ARTE EM 360º


Historia&Arte (art gallery). Sala 2 in Portugal
Historia&Arte (art gallery) in Portugal Para quem não vive em Bragança disponibilizamos esta vista panorâmica do espaço da GALERIA HISTÓRIA E ARTE. Agradeço ao fotógrafo Manuel Teles o profissionalismo e a disponibilidade para nos apetrechar com esta tecnologia tão espectacular e à Cyntia Estevinho por preencher tão bem as nossas paredes brancas!!!

Segunda-feira, 1 de Fevereiro de 2010

CYNTIA ESTEVINHO | PINTURA | Galeria HISTÓRIA E ARTE

histeria
(2008)
óleo sobre tela
120 x 100 cm
As obras da Cyntia Estevinho, agora expostas na galeria, registam distintas facetas da natureza humana. E se a escala colossal com que ela trabalha os detalhes figurativos nos intimida num primeiro olhar, os sentimentos que as obras evocam aproximam-nos para uma comunicação fortemente emocional. A crueza da emotividade captada, onde se sente quase a ausência de controlo racional, une transversalmente as várias figuras representadas, confrontam-nos com um intimismo perturbador… obrigado Cyntia!! (ps. acho que me livraste de qualquer acompanhamento psicológico para os próximos 20 anos LOL!!! :))

Sexta-feira, 8 de Janeiro de 2010

CYNTIA ESTEVINHO | PINTURA

inaugura no próximo sábado dia 16 de Janeiro de 2010 às 15 h, em simultâneo com a exposição de Luis de Melo no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais. Continuamos a insistir no trabalho em rede para desenvolver a fruição da cidade de Bragança no que ela tem de belo. Apareçam!!!